Se eu falar em crise você provavelmente irá pensar: “eu na agüento mais ouvir, ler, assistir a programas que estão abordando o assunto...” Pois é, já encheu mesmo...
“Ela” é uma realidade, não dá pra ignorar, mas existe um enorme abismo entre a existência dela e o fato de cultuarmos o assunto. E o que tenho visto por ai são as rodinhas de pessoas que relatam suas agruras e outra que ouvem atentamente balançando a cabeça positivamente. No primeiro sinal de respiração da primeira, as outras já emendam histórias mais tristes possíveis para competir no cenário mais sofrido... Na verdade, todos estão expondo seus medos. E então a primeira fica confortável e pensa: “não sou só eu, estamos todos ferrados mesmo...”
Esse “conforto” de sofrimento coletivo é o lado mais perverso que conheço para a manutenção do status quo, da falta de reação. Em muitos casos é o combustível do puro sentido de autocomiseração... Parece incrível, mas se alguém mostra que está bem ou não concorda com o ‘senso de fim do mundo’, acaba sendo malvisto pelos outros componentes da ‘rodinha da deprê’.
Sabe qual a pior crise? É a que estamos vivendo, simplesmente porque não sabemos onde ela vai chegar. Nas anteriores soubemos os desfechos e as futuras ainda não as degustamos, mas a atual, bem, a atual está em pleno curso e simplesmente por isso ela é a pior!
Certo é que sofremos danos profundos por verdadeiras barbeiragens que muitos governantes estão nos proporcionando. Não cabe aqui apontar esses deslizes, despreparo e conjunto de intenções do mal.
A vida é uma caixinha de surpresas e muitas vezes a realidade dos fatos não está nem tanto para o caos profundo, nem para a suprema felicidade. Nós é que muitas vezes insistimos em girar o ‘botão do dial’ para o lado mais sofrido...
Se em alguns momentos do texto você pensou: “esse cara escreveu isso porque não sabe o que estou passando”, eu lhe digo: tem gente em pior situação, meu amigo, minha amiga! E sempre vai existir gente pior e gente melhor que você, do que eu... Mas eu não quero que isso lhe gere comodismo! Muito pelo contrário: quero provocar reação!
Sabe o que você vai fazer agora? Reagir!
Como? No seu melhor estilo convicto de vencedor!
Adaptei uma frase do mais bem sucedido investidor do século XX, Warren Buffet. Espero que lhe faça sentido para enfrentar o momento que vivemos: “tente ser arrojado quando todos estão com medo; e tenha medo quando todos estão arrojados demais...”
Até o próximo texto!
Abração,
Dill Casella (03/03/2016)
Dill Casella é autor do livro “Atitude e Altitude” pela Editora Vozes, de dezenas de artigos publicados em mídia impressa e digital e um dos palestrantes mais criativos e contratados atualmente no Brasil!