Se você é líder de uma equipe, faça uma reflexão de como está sua aproximação com seus colaboradores. Você está dirigindo-se a cada membro de sua equipe respeitando suas diferenças, particularidades e individualidades? Mais que isso, se tais características não são congruentes com as suas, como você está lidando com tal conflito interno?
Se você é vendedor, como está sua abordagem a clientes novos e mesmo com os antigos? Como eles estão percebendo suas ações?
Conheci um vendedor muito espirituoso, que teatralizava frequentemente suas ações com clientes. Atendia o segmento de varejo e, após uma desavença comercial com um cliente, planejou abordagens de reaproximação em “doses homeopáticas”.
Nas primeiras vezes, limitou-se a diminuir a velocidade de seu carro e buzinar, ao passar pela frente do estabelecimento do cliente. No estágio seguinte, simplesmente estacionou o carro na porta do cliente e acenou! Em seguida, entrava na loja, deixava um “mimo” (chocolate, brinde, revista, etc.) e ia embora, até aproximar-se de vez e retomar o relacionamento estremecido.
No mundo da música, note que os artistas, duplas e conjuntos de maior “apelo popular”, de maior “pegada” são aqueles que emplacam hits que colam e, na maioria das vezes (!...), passam sensações agradáveis aos nossos ouvidos!! Lembrou-se de alguma? Eu conheço várias!!
Todas as palavras em NEGRITO escritas acima, remetem ao approach. Segundo o Novo Dicionário Aurélio (nas edições mais antigas, a palavra não figurava), approach quer dizer elo, ligação, enfoque.
Approach tem a ver com intuição, teatralidade, clareza, autenticidade e paixão pela comunicação. Trata-se do primeiro passo para um recado, para passar uma idéia (até uma ordem...yes, sir !), convencer alguém, influenciar, demonstrar afeto e, por que não dizer, especialmente para liderar e vender.
O valor de um bom approach é medido em quão bem ele é percebido pelo interlocutor!!
Portanto, se o approach tiver uma finalidade nociva e armada de segundas intenções, e se isso ficar evidente para o outro lado, aposto todas as minhas fichas no fracasso de tudo que for dito ou solicitado em seguida...
Ou será que você, leitor ou leitora, já conseguiu sucesso em “cantadas” do tipo “será que esse cachorrinho tem telefone?”, “você vem sempre por aqui?” ou “esse lugar tá vago?”... ai, ai...
Talvez isso explique uma boa parte de problemas de relacionamento em empresas, da gradativa “desmotivação” de funcionários recém contratados e até do aparecimento dos terríveis “feudos corporativos”. Veja o tamanho do poder de destruição de aproximações ou abordagens realizadas sem muito critério e paixão!!
O approach é uma arte que deve ser exercida com muita afinação, harmonia e reciprocidade!! É como exercitar passos de dança a dois...
Se mal executado por você, pelos colegas e pelo seu líder, pode levá-lo a superdimensionar seu potencial (“sou muito para essa empresa / esse cargo...”) ou achar-se incapaz de realizar suas tarefas. Nessas horas, talvez você pense o seguinte: “isso é muita areia pro meu caminhãozinho...”.
Dill Casella é autor do livro “Atitude e Altitude” pela Editora Vozes, de dezenas de artigos publicados em mídia impressa e digital e um dos palestrantes mais criativos e contratados atualmente no Brasil!